domingo, 15 de abril de 2012

Palestra sobre Psicologia do Esporte em Salvador

O Núcleo de Psicologia do Esporte da FTC Salvador irá promover uma palestra sobre Psicologia do Esporte no dia 19 de maio de 2012, com o psicólogo Eduardo Cillo, referência na área. Boa chance de conhecer o tema. E o melhor, a palestra é gratuita!

Confira mais informações no cartaz. Eu vou \o


Inscrições via e-mail: nupeba2011@gmail.com

terça-feira, 3 de abril de 2012

"Não existem ateus na Bahia", segundo Cynara Menezes

Ser ateia é um desafio, numa sociedade dominada por religiosos. E parece que para a jornalista Cynara Menezes, da Carta Capital, o desafio envolve não comer bacalhau com a família na semana santa. E passar longe de nascer na Bahia.

Segue texto publicado na Carta Capital, disponível na íntegra aqui:  http://www.cartacapital.com.br/cultura/nao-existem-ateus-na-bahia/

Um ateu baiano é que nem uma pessoa que crê em Deus: ambos têm diante de si a dura missão de convencer o mundo. O crente é desafiado a provar a vida inteira, inclusive a si, que há um Deus. Já o ateu baiano, nascido numa terra cuja capital, reza (ops) a lenda, possui uma igreja para cada dia do ano – sem contar os inúmeros templos evangélicos e terreiros de candomblé –, carrega a sina de provar que ele próprio existe. Que de fato não crê em nada, mas nada mesmo. Está lançado o desafio. Como um São Tomé do ceticismo, só acredito vendo. "Não dou a mínima para Deus, mas adoro São Francisco. E Iemanjá é praticamente uma pessoa da família. Vovó costuma dizer: 'Gosto muito dela!"'

Até o mais célebre ateu baiano, o comunista Jorge Amado, cujo centenário se comemora este ano, tinha sua queda pelos orixás. Todo mundo lá sabe disso: era o ateu que “simpatizava” com o candomblé. Estive no velório do escritor, em 2001. Havia uma cruz atrás do caixão. E uma senhora da Irmandade da Boa Morte, confraria afro-católica do recôncavo, que entoava cânticos, me disse: “Sabemos que ele era ateu, mas também que era do culto afro”. Não é por acaso que o título do famoso romance de sua mulher, Zélia, é “Anarquistas, Graças a Deus”. O casal Amado pertencia a um tipo bastante comum na Bahia: o “ateu-de-todos-os-santos”.