quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

[Vídeo] Caixinha Musical do Skinner - Another Brick in The Wall (Pink Floyd)

Tá rolando há alguns dias pelo Facebook e blogs behecas um videozinho de uma variação muito legal de um experimento na caixa de Skinner utilizando os princípios da análise do comportamento. 

O pessoal da Oslo & Akershus University College começou com os conceitos básicos (operação estabelecedora de privação, modelagem, reforçamento diferencial...), enfim, tudo aquilo que se vê nas práticas de Psicologia Experimental em boa parte das faculdades, até que alguém teve a brilhante ideia de acrescentar um mecanismo que fizesse a sequência de barras a serem pressionadas pelo ratinho gerar música. E música deixa tudo melhor, então, por que não?

"We don't need no education..."

Mostre isso para aquele seu amigo que nunca conseguiu tocar duas notas seguidas na guitarra e sacaneie. Ou se ofereça pra ensiná-lo com o poder do super behaviorismo radical, assim como ensinaram o ratinho.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O transtorno de personalidade múltipla – uma visão analítico-comportamental

Muitos transtornos psicológicos são objeto de fascínio da população em geral. Os assim denominados transtornos de personalidade são parte de uma das categorias que mais desperta a atenção. Psicopatas, borderlines e narcisistas, entre outros, são fonte de diversas histórias e há tempos dão pano pra manga para as mais diversas discussões, sendo tema de livros, filmes, etc. Um dos transtornos mais curiosos talvez seja o transtorno de personalidade múltipla (MPD - Multi-Personality Disorder na sigla em inglês). 

O transtorno de personalidade múltipla é o diagnóstico que se aplica a uma pessoa que age, sente e lembra como se fosse mais de uma pessoa (Kohlemberg e Tsai, 1991), ou seja, tem vários “eus” em apenas um corpo, que pode ser visto inclusive de formas diferentes, como alguém de um outro sexo, de uma outra idade (de um idoso até mesmo a um bebê) e com características por vezes bastante diferentes do “eu” original, com preferências, formas de agir, habilidades, opiniões e mesmo lembranças e experiências até opostas às deste. Há algum ceticismo na comunidade psicológica sobre a existência desse transtorno como realmente um distúrbio isolado, dada a raridade da condição e mesmo a teatralidade inerente à esta, que exerce fascínio por si só e pode contribuir para a sua manifestação como tal. No entanto, podemos explicar o fenômeno a partir de uma visão analítico-comportamental. 

Ateia "deus-me-livre"

Qualquer ateu que tenha publicizado sua condição há algum tempo já levou uma bordoadinha por falar algo com Deus no meio. É só a gente soltar um "pelamordeDeus" ou um "Deus me livre" ou qualquer "meu Deeeeus" que já leva um "Hey, mas você é ateu, e tá aí falando em Deus! tsc...". Tem quem faça questão de chatear toda vez que a gente solta uma dessas. Pois bem, imagina uma situação como a da tirinha:

PORRA, DUDU!

Como comportamento verbal que é, falar de Deus vai depender do contexto e da história de vida do falante e do ouvinte e da comunidade verbal a que este pertence. Portanto, se estou falando de Deus, pode crer [/ironic] que não tem a ver com acreditar ou desacreditar, e sim me fazer entender (ou, mais tecnicamente, ser reforçado...). Em outras palavras: não me encham o saco e uso o nome de Deus, Jah, Buda, Jeová ou Ganesha se eu quiser. Fuck yeah.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

[Vídeo] Reforçamento positivo em The Big Bang Theory

The Big Bang Theory é uma série mais que hype no momento. Fazendo parte da catalisação da moda nerd que rola atualmente ("smart is the new sexy", como diz o personagem Wolowitz num episódio), o seriado traz gags hilárias recheadas de assunto desse estranho mundinho. Tem de tudo: de física avançada a cosplays tosquíssimos de personagens de quadrinhos, passando por madrugadas do RPG e as dificuldades com relações sociais, tão clássicas no nosso meio.

No episódio "The Gothowitz Deviation", da terceira temporada, uma das esquetes traz o Sheldon tentando modificar o comportamento da vizinha Penny por meio de reforçamento positivo. Veja:

"Did you? I didn't notice. Have a chocolate!"

sábado, 12 de novembro de 2011

Reforçadores generalizados

O que pode acontecer quando a gente troca as bolas e acha que reforçadores generalizados condicionados resolvem tudo:


domingo, 16 de outubro de 2011

História da Análise do Comportamento no Brasil

A Análise do Comportamento teve como marco inicial no Brasil a vinda do Prof. Fred S. Keller, no ano de 1961. Keller foi colega de B. F. Skinner e, junto com este, um dos primeiros teóricos behavioristas radicais (Matos, 1998) e autor, junto com William N. Schoenfeld, de um dos clássicos da abordagem, o Princípios de Psicologia, nos anos 1950.

 Prof. Keller

Em 1959, uma misteriosa aluna da USP chamada Mirtes Rodrigues do Prado (até hoje, ninguém sabe direito quem era ela - se você souber, corre e manda uma mensagem pra ABPMC...), que havia sido aluna de Keller na Universidade de Columbia, gostou das aulas do professor e teve a ideia de convidá-lo para vir ao Brasil. Em 1961 o convite foi formalizado pelo Prof. Paulo Sawaya, diretor da FFCLH-USP (Matos, 1998). Entre os que o recepcionaram, estava a Prof. Carolina Bori, que vem a ser uma das mais importantes divulgadoras da AC no país num período posterior. Tudo quase que por acaso.
Fred tinha um sabático para gozar no ano de 1961. Ele falou sobre isso com uma estudante e ela deu essa informação, no Brasil, para o reitor Paulo Sawaya. Para surpresa de Fred, ele recebeu um telegrama do reitor convidando-o para passar seu ano sabático na Universidade de São Paulo. Esse foi o começo das coisas que mudaram nossa vida para sempre (Frances Keller, 2001)

sábado, 8 de outubro de 2011

O diagnóstico em análise comportamental e o papel da Análise Funcional

Uma diferença que se nota da clínica em Análise do Comportamento para a de outras abordagens da Psicologia é que ela não se utiliza de um sistema classificatório nosológico - como na Psicanálise, onde se atribui no fim da análise uma estrutura neurótica, psicótica ou perversa (com possíveis variações dentro destes quadros) ao indivíduo, ou na Psiquiatria, que classifica perturbações psicológicas de acordo com o DSM (Diagnostical and Statistical Manual of Mental Disorders, atualmente na quarta edição revista) e serve como apoio para outras linhas da clínica como a Terapia Cognitiva.

Tais sistemas não costumam ser usados porque não auxiliam o analista do comportamento nem no trabalho de investigação do histórico do paciente, nem no direcionamento do tratamento. Muitas vezes, a classificação de um cliente de acordo com uma lista de sintomas apenas irá obscurecer os dados mais importantes do caso. Portanto, usá-los, além de pouco útil, será talvez contraproducente.


Para usar um exemplo: alguém com depressão não se limita a apresentar os sintomas clássicos na frequência estabelecida pelo manual e, mais ainda, provavelmente as causas da sua condição atual são diferentes das causas da condição de uma outra pessoa com o mesmo diagnóstico. Talvez sua depressão se manifeste mais em alguns dias, em algumas situações, com algumas pessoas, e talvez até ela se sinta feliz em alguns outros dias, com algumas pessoas e fazendo algumas coisas. A classificação, sozinha, não dirá muita coisa. 

As classificações nosológicas podem até ser usadas como forma de diálogo com outras áreas, mas o instrumento de trabalho usado pelo analista do comportamento para identificar o que deve ser tratado na clínica e dar forma ao caso é a análise funcional (Meyer, 2003; Torós, 1997) ou análise de contingências (Ulian, 2007).

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

[Tirinha] Motivos

Depois de nove semestres, já acostumei a ouvir os mesmos motivos de sempre de quem prestou ou vai prestar vestibular para psicologia. Daí veio a ideia do desenho abaixo.

Tirinha desenhada à mão é osso... Aceito uma tablet de presente. Mas é só clicar para ampliar:


E então, quais foram os motivos de vocês, amiguinhos? Os meus foram uma mistura dos três últimos.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

domingo, 18 de setembro de 2011

XX Encontro da ABPMC - I Encontro Sul-Americano de Análise do Comportamento

Na semana passada, tivemos aqui em Salvador o que já considero um marco da Análise do Comportamento no Brasil: o XX Encontro da Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental.

Pela primeira vez o evento ficou fora do eixo Sul-Sudeste, o que é indispensável para o fortalecimento da Análise do Comportamento no Brasil como um todo. Muitos, como eu, tiveram a oportunidade de ir pela primeira vez ao Encontro da associação que representa os ACs do Brasil.

Desde o começo o Encontro já prometia. Também era, concomitantemente, o I Encontro Sul-Americano de Análise do Comportamento. Com isso, tivemos várias presenças internacionais. Foi bem interessante conhecer o que vem sendo feito em AC fora do Brasil. A maioria dos convidados era dos EUA (como o Kelly Wilson, que fez uma comunicação bastante elogiada sobre uma experiência de AAC no delta do Mississipi, além de outras sobre ACT; o Jackson Marr, que falou sobre motivação; e a Sigrid Glenn, que falou sobre os estudos em Cultura na Análise do Comportamento, dos quais ela é, talvez, a representante mais importante) - mas houve palestrantes de outros países, como Venezuela, Noruega, Portugal, Irlanda do Norte e Argentina (é... existe AC até na Argentina!).

Mesa de abertura, com a presidente da ABPMC, profª Martha Hübner, ali no púlpito

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

[Vídeo] A Psicologia de B. F. Skinner - Skinner e a educação

Encontrei por acaso no Youtube o documentário da coleção Grandes Educadores sobre o Behaviorismo Radical de Skinner, conduzido pela profª. Martha Hübner. O documentário está dividido em 9 partes e apresenta de forma bem simples e didática (algumas vezes com algumas simplificações meio doloridas pra nós que temos preocupação com a nossa linguagem já tão pouco compreendida... mas nada muito problemático) a maioria dos conceitos básicos do Behaviorismo Radical e da Análise do Comportamento.


Pode ser que o vídeo já seja conhecido da maioria - não é novo, datando de 2010 -, mas para quem ainda não viu, aí está a indicação. As outras 8 partes do documentário estão nos links de vídeos relacionados. Para educadores e interessados na área de ensino e linguagem, ainda vale muito a pena, pois a Martha fala bastante desses temas, sendo a referência no assunto que é. Fica a dica. :)

domingo, 28 de agosto de 2011

Palestras - Projeto ABPMC Comunidade

Um ciclo de palestras do Projeto ABPMC Comunidade, pela primeira vez aqui em Salvador-BA, terá lugar nos dias 8 e 9 de setembro. Vale destacar que são palestras gratuitas e abertas a todos os interessados nos temas, não sendo necessariamente voltadas a psicólogos. Então vale chamar todo mundo. Participem! :)


O que religião significa para mim - B. F. Skinner

Skinner, ao contrário de Freud - que se dedicou em algumas passagens dos seus escritos a atacar frontalmente a crença em Deus -, não escreveu tanto sobre este assunto. Nos seus textos há um posicionamento, em geral, contra instituições autoritárias que interferem na vida humana exercendo formas de controle alienante, sendo aí incluídas instituições religiosas. No entanto, ele não se preocupou em falar tão diretamente sobre Deus quanto se pode imaginar, pela forma como defendeu a ciência durante toda a vida.

Com isso, me interessei bastante ao pôr as mãos sobre um texto do autor sobre o assunto, intitulado "What Religion Means to Me", datado provavelmente de 1986. Não encontrei menções oficiais sobre o texto - quando foi publicado, se foi publicado, se foi resultado de uma fala informal ou apenas um escrito avulso do Skinner. Portanto, não posso afirmar a veracidade do texto, embora ele circule na internet já há algum tempo.

O texto traz a visão de um Skinner já nos seus últimos anos de vida sobre a sua relação com a religião. Traduzi o texto e ele está disponível na íntegra nas próximas linhas. Não sou nenhuma exímia tradutora, então, disponibilizo também o original no fim do post para aqueles que desejarem ler.


domingo, 21 de agosto de 2011

Os evolucionistas também amam...


"Eu selecionei você. Naturalmente!"

Quis escrever um texto só pra acompanhar essa pérola do romantismo. Mas a imagem fala por si. Que mais posso eu dizer do amor? ♥

sábado, 20 de agosto de 2011

[Re-post] Discutindo a adesão a tratamentos: estudo contesta a eficácia do AA



Nesta semana, teve destaque na mídia uma pesquisa feita por uma equipe da Unifesp contestando a eficácia do tratamento contra o alcoolismo promovido pelo grupo dos Alcoólicos Anônimos (AA), muito conhecido no Brasil e iniciado nos Estados Unidos.

Os resultados da pesquisa mostraram que a taxa de abstinência dos freqüentadores do AA é de apenas 9% após seis meses de tratamento, em comparação com uma taxa de 10% entre aqueles que fazem tratamento medicamentoso e 36% entre aqueles que fazem tratamento medicamentoso combinado com terapia. Entre os motivos para a falta de adaptação, estariam a pouca identificação com a filosofia de tratamento do AA, o clima do grupo e mesmo uma certa “demagogia” (veja aqui). Alguns psiquiatras e representantes do AA, após a divulgação da pesquisa, já vieram a público contestar os resultados (aqui).




O estudo em questão trouxe à tona um tema bastante discutido na literatura de saúde, que é a adesão ao tratamento. Por que será que algumas pessoas aderem com tanta facilidade ao tratamento, seja ele farmacológico, terapêutico, psicológico, etc., e outras não conseguem levá-lo adiante?

sábado, 13 de agosto de 2011

O que é a motivação? (Ou: "Por que a galinha atravessou a rua?")

Um tema recorrente e de importância central na Psicologia é o da motivação. A pergunta que todo estudante já se fez é: por que fazemos o que fazemos? Todas as teorias psicológicas, desde as mais abrangentes até as microteorias, buscam responder a isso de algum modo. Cada uma irá trazer explicações diferentes para o que irá motivar os mais variados tipos de atitudes, interesses, desejos e comportamentos humanos.

A maioria das teorias irá localizar a “verdadeira motivação humana” dentro do indivíduo. Sejam quais forem os motivos que nos levam a fazer algo, geralmente são atribuídos a algo não-observável, intrínseco, que reflete no que fazemos. Com isto, a motivação seria algo difícil de mensurar e observar. Daí, provavelmente, vem a variedade de teorizações que versam sobre ela e tentam defini-la.

Pode-se fazer um paralelo com a velha piadinha do “por que a galinha atravessou a rua?”. A depender da teoria, existem diferentes respostas para essa pergunta. Um psicólogo, ao observar o fenômeno, poderia responder que a galinha tem um instinto de atravessar a rua quando a vê. Outro, que a galinha atravessou a rua porque estabeleceu uma meta que para ser cumprida envolvia chegar ao outro lado. Outro, que a galinha chegou ao outro lado por ter um desejo de algo que lá estava, impulsionado por forças psíquicas em seu inconsciente. Mais ainda, vai que a galinha viu os seus pintinhos do outro lado da rua e atravessou para encontrá-los por ter uma forte necessidade de afiliação.


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

[Tirinha] Psicologia em São Lázaro

Estudante de faculdade pública sofre com certas coisas. Psicologia, então, nem se fala. Historicamente, é um curso bem "deixado de lado" - curso de humanas que não gera produtos vendáveis (não cria novos remédiosempresas gigantescas, bombas nucleares nem máquinas mortíferas em geral). Geralmente, a estrutura é precária.

Meu curso é um bom exemplo disso. Não temos laboratório de psicologia experimental, nem uma sede para chamar de nossa (o curso está alocado na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, mas não mais pertence a esta) e o serviço de Psicologia tem lugar num prédio pré-moldado que cai aos pedaços desde muito antes de eu começar meus "estudos da alma". A FFCH, por sua vez, fica no campus mais isolado da faculdade e, honrando o apelido de São Lázaro (que tem uma história mais complexa, a se contar quem sabe outro dia), abriga vários cachorrinhos que lá são abandonados. Isso quando não aparecem, como já ocorreu, outros animais perdidos para assistir as aulas com a gente (cobras, carneiros, galinhas, e o famoso cavalo).

Como é rir pra não chorar, uma amiga minha, Inis, e eu tivemos o ~insight~ (adoro essa palavra: ~insight~) da tirinha abaixo.



Piada muito explicada perde a graça, até porque só quem estuda lá vai captar a idéia. Mas já vale a intenção. :P

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

[Re-post] Método experimental e método não-experimental


Nas ciências do comportamento, procuramos definir relações entre variáveis. Variável é um evento, situação ou comportamento que possa assumir pelo menos dois valores, que podem ser numéricos ou categóricos.

Um exemplo do primeiro tipo é o desempenho num teste de memória, no qual um número x de acertos corresponderá ao valor da variável em questão. Um exemplo do segundo tipo é o sexo/gênero, não definido como um valor mensurável maior ou menor quanto à magnitude – pode ser apenas definido como masculino ou feminino.

Relações entre variáveis são as formas pelas quais mudanças nos valores de uma variável, definida como variável independente (VI), irão afetar/modificar os valores de outra variável, definida como variável dependente (VD). De forma geral, quatro formas descrevem essas relações: linear positiva, linear negativa, curvilinear e, por fim, a ausência de relação entre variáveis.

Quando o aumento no valor da VI é seguido de um aumento na VD, temos uma relação linear positiva. Quando o aumento na VI é seguido de uma diminuição no valor da VD, temos uma relação linear negativa. Na relação curvilinear, aumentos na VI podem acarretar tanto em diminuição como em aumento na VD – o sentido da relação se modifica pelo menos uma vez. Por fim, na ausência de relação, mudanças na VI não acarretarão mudanças na VD*.


Da esq. para a dir.: relação linear positiva, relação linear negativa e ausência de relação entre variáveis



Exemplo de relação curvilinear entre variáveis

terça-feira, 9 de agosto de 2011

[Re-post] Entrevista com a profª. Martha Hübner

Fiquei toda feliz de entrar no novo site da ABPMC nessa semana e ver minha entrevista com a profª. Martha Hübner, presidente da associação, na página principal. É, eu cheguei atrasada, a entrevista está lá desde junho, mas fiquei feliz tardiamente mesmo assim.

Entrevistei a professora por ocasião da VII JAC Salvador, para o Comporte-se. Além de referência na Análise do Comportamento no Brasil e no mundo, a Martha é uma fofa. :) Foi muito prazeroso poder conversar um pouco com ela, e muito instrutivo também.

Pra quem não conferiu lá no Comporte-se, a entrevista está na íntegra aqui.

(Me fez lembrar que infelizmente perdi todas as fotos do evento. :( No meu leito de morte espero poder vê-las recuperadas da câmera de Inis, hehe).

domingo, 7 de agosto de 2011

Skinner e as viseiras de burro

Meu blog se chama Behaviorist Lady, eu ando com uma camiseta da ABPMC por aí e faço parte da tchurminha conhecida como "a comportamentalista" da faculdade. Já ouvi de muitos que adotar uma teoria tão ostensivamente, ainda mais uma calcada praticamente numa figura só, é preocupante por incorrer num possível dogmatismo e uma certa "cegueira teórica". A teoria behaviorista radical, então, vive apanhando de todo lado: seus defensores passam sempre por chatos já que vão contra um monte de coisas bem estabelecidas na Psicologia. Se é com os psicanalistas, brigam, entre outras coisas, pelo status de ciência da Psicologia. Se é com os cognitivistas, brigam por causa da adoção do mentalismo. De outras abordagens diversas, ganhamos a pecha de reducionistas, mecanicistas, positivistas, nazistas, eugenistas, torturadores de animais FDP, etc. Na maioria das vezes alguns desses termos são usados até erroneamente, mas essa é uma outra história.

Pior ainda quando até o plano de fundo do seu celular é piadinha de analista do comportamento...

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Religião e sociedade - #EmDefesadoEstadoLaico

Nesta semana, o Livres Pensadores lançou a campanha Em Defesa do Estado Laico. Os internautas foram convocados a se manifestar sobre esse tema - o tal Estado Laico que existe, afinal de contas, tão virtualmente quanto esta blogueira que vos fala.


Qualquer um que pare pra pensar por mais de cinco minutos sabe que Estado Laico de cu é rola. Não existe essa proclamada laicidade e não existe liberdade de crença no Brasil. Crenças religiosas que não são compartilhadas por todos acabam ditando até onde a liberdade de todos os cidadãos de um país pode ir.

Legislação do aborto e das políticas em relação à sexualidade são os temas mais óbvios quando se vai pensar nisso. Há anos e anos a discussão sobre tais esferas emperra quando se aproxima da crença de uns e outros. Uma mulher pode ser obrigada a carregar um filho na barriga por nove meses, mesmo sabendo que ele morrerá logo após o nascimento. Um casal pode viver junto por anos e construir patrimônio em conjunto, para que depois sua união não seja reconhecida e o dinheiro vá para outros que muitas vezes fizeram parte da banda que discriminou.

No entanto, existem outras nuances. Religiões gozam de privilégios fiscais e recebem incentivos do governo, que não são estendidos nem a todos os cidadãos, nem a todas as religiões. E todos esses acontecem sem muito alarde, por debaixo do pano. Algumas são favorecidas enquanto outras chegam a ser perseguidas.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

[Vídeo] A Psicologia e a Bíblia

Algum tempo atrás, quando eu ainda flertava com a Psicanálise, sempre que passava pelo templo da Igreja Universal do Reino de Deus aqui de Salvador - gigantesco, por sinal -, meu ex-namorado brincava comigo: "Olha aí os seus concorrentes!". Obviamente ele estava me sacaneando, mas me incomodava às vezes perceber que ele estava certo. Em muito, o trabalho de igrejas se confunde com certos tipos de trabalhos que certos psicólogos fazem. "Ajuda", "compreensão", "desenvolvimento da auto-estima", e para alguns, até "cura de males físicos e espirituais".

Em alguns pontos, é bem difícil separar algumas abordagens psicológicas de uma religião. Muitas são pautadas na autoridade dos seus criadores, tornando tudo o que falam verdade, contanto que seja dito de uma forma poética e encantadora. Críticos são expulsos e o desenvolvimento de novas teorias depende quase que exclusivamente de momentos de epifania de uns e outros.

Diante dessa bagunça que é a Psicologia, não me impressionou nem um pouco ver um vídeo como esse e concluir que, infelizmente, em algumas coisas o cara está falando a verdade.

 

segunda-feira, 25 de julho de 2011

E o que tem? - Psicólogos discutem regras para orientação pela internet

O CFP (Conselho Federal de Psicologia) está revendo as regras da orientação psicológica feita pela internet. A entidade não tem dados sobre o número de usuários, mas diz que há uma demanda crescente por esse serviço, regulamentado desde 2005.

A orientação on-line é feita em poucas sessões, para ajudar a resolver uma queixa específica, como problemas escolares dos filhos ou uma separação. Segundo Carla Biancha Angelucci, presidente do CRP-SP (Conselho Regional de Psicologia de São Paulo), nesse caso não há vínculo como na psicoterapia, esta sim proibida de ser feita pela internet, a não ser em pesquisas acadêmicas.

A psicóloga afirma que o conselho quer definir maneiras de garantir o sigilo do atendimento na internet e estabelecer as formas de atendimento (como e-mail, MSN, Skype e similares).
"Queremos atualizar o texto, que é genérico, porque alguns tipos de comunicação audiovisual não estavam consolidados na época", diz. Também está na pauta do conselho paulista estabelecer o número máximo de troca de mensagens.

Hoje, psicólogos oferecem diferentes quantidades de sessões on-line. Em uma pesquisa em dez sites, foram encontrados limites que variam de quatro trocas de e-mails a 20 atendimentos de cerca de 50 minutos por MSN.

domingo, 17 de julho de 2011

Comportamento verbal - o baianês e seus significados

Algum tempo atrás, um amigo meu me contou que havia assistido a peça do ator baiano Luis Miranda, chamada 7 conto, onde ele interpreta várias esquetes humorísticas relacionadas a personagens do nosso cotidiano (um exemplo é o impagável flanelinha).

Uma das esquetes que fez o meu amigo morrer de rir foi uma em que o Luis fala do jeitinho soteropolitano de falar, reconhecido como o baianês. Qualquer um que já chegou perdido por aqui percebe que baiano tem umas expressões muito únicas.

O exemplo que o Luis deu foi uma conversa ouvida na rua, entre dois amigos. O segundo respondeu a um pedido qualquer do primeiro com a pérola: "Deixe estar, que qualquer coisa é ninhuma!"

"Qualquer coisa é ninhuma?" WTF?


comofas?

terça-feira, 5 de julho de 2011

Textos no Comporte-se

Caso alguém tenha caído por aqui de pára-quedas e não saiba, tenho textos publicados também lá no Comporte-se: Psicologia Científica


Além dos meus textos, tem uma equipe muito foda o blog é meu e aqui eu posso falar palavrão publicando mais um monte de coisa legal sobre Psicologia: o Esequias Neto (nosso queridíssimo editor-chefe), o Daniel Gontijo, o Marcelo Souza e o Rodrigo Marquez.

Meus textos por lá:
Entrevistas, todas por ocasião da VII Jornada de Análise do Comportamento de Salvador
Aí ao lado o Comporte-se está nos meus blogs favoritos, é só acessar pra conferir as novidades. (:

domingo, 3 de julho de 2011

O jogador de GTA e o controle coercitivo

Vi lá no tumblr do thefuuuucomics (clique para ampliar):


Ah, o maravilhoso contracontrole. E seus pais nunca desconfiaram.

*Nota da autora: Na minha infância, eu fazia isso com Mortal Kombat.

sábado, 2 de julho de 2011

Psicologia Baseada em Evidências

Você provavelmente já ouviu falar na Medicina Baseada em Evidências. É uma prática bastante disseminada na área médica a de escolher tratamentos para determinadas doenças, com base em estudos que demonstrem evidências de resultados satisfatórios. O que poucos sabem, no entanto, é que existe também um movimento a favor da Psicologia Baseada em Evidências em saúde pública.

A Psicologia Baseada em Evidências - PBE (no original, Evidence-Based Practice in Psychology, ou EBPP) tem sido objeto de atenção há alguns anos da American Psychological Association (APA) – que organizou uma força-tarefa em 2005, com o intuito de reunir e divulgar práticas em Psicologia apoiadas em evidências científicas demonstradas na literatura, bem como de fomentar estudos que tragam subsídios para a atuação dos psicólogos e psicólogas. No Brasil, o primeiro livro sobre o assunto será lançado em agosto deste ano.

oh hai!

Primeira postagem em blog. Já fiz umas dez e nunca foi pra frente. Lá vamos nós.

Dessa vez, decidi escrever sobre Psicologia, mas não esperem muito rigor. Posso postar porcarias de vez em quando. É um blog pessoal e eu não sou apenas psicóloga, portanto, não posso postar apenas Psicologia. Sou também uma criatura de 21 anos que nem toda a vida gostou de Psicologia (e talvez continue não gostando). Além do mais, minha falta de talento literário me faz parar pra pensar que bosta estou escrevendo a cada linha. Talvez eu seja mais econômica, talvez não.

Enfim, a quem quiser esperar pra ver, estamos aí.