sexta-feira, 25 de julho de 2014

Indicação de artigo - 10 dicas para escrever artigos científicos em inglês como um falante nativo

Todo mundo que estuda e faz ou fez parte de algum grupo de pesquisa já passou por aquela situação que dá arrepios: tá todo mundo lá pesquisando, produzindo, e na hora de discutir os resultados e decidir os detalhes de como publicar, a orientadora/orientador decreta: "TEMOS QUE PUBLICAR ISSO EM INGLÊS, porque em português ninguém lê e eu quero mandar para revistas de impacto e quero fama e dinheiro e louros e iates e prêmios Nobel e etc".

Daí você, inocente bolsista de iniciação científica, se vê na difícil tarefa de escrever numa língua que não é a que você aprendeu desde o bê-a-bá lá quando era um lindo bebezinho. E aí? Comofas? É choro e ranger de dentes, gente brigando dentro do grupo, amizades feitas e desfeitas, gente saindo na mão, madrugadas em claro, todos jogando o artigo no lixo e recuperando mil vezes até sair alguma coisa que preste - isso quando não dão o azar de, depois de o trabalho todo feito, receber de volta o texto da equipe da revisão da revista mandando revisar tudo de novo. Revisar, revisar, revisar!

Isso na verdade é complicado não só pra quem é bolsista IC. No Brasil poucas pessoas realmente dominam bem o inglês, e isso acontece também entre aqueles docentes-dinossauros que estão há anos pesquisando, mas nunca publicaram fora por não dominar o idioma. Mas o inglês é a atual língua da ciência, então não tem nem choro nem vela. Tem de se virar. Mesmo os fluentes na língua também vão se deparar com dificuldades especiais quanto à escrita científica - uma coisa é bater papo na Disneylândia com o Mickey Mouse, outra é comunicar os resultados da sua pesquisa de 15 anos pra outros colegas que podem estar genuinamente interessados no que você tem a dizer.

Depois de receber vários pedidos de colegas brasileiros para revisar artigos em inglês, a pesquisadora Mariel Asbury Marlow resolveu publicar dez dicas para escrever artigos científicos em inglês - e não apenas escrever, mas escrever bem e de acordo com as normas de escrita científica. Ela esclarece vários possíveis problemas ao se verter completamente um texto do português para o inglês, como o uso da voz passiva (comum no português, mas não muito bem aceito na redação científica em inglês), o uso de maiúsculas e minúsculas, artigos definidos e indefinidos, pronomes etc. O artigo pode ser encontrado aqui e o acesso é gratuito. É pra ler e guardar pros momentos de desespero.

(Indicação via INCT|ECCE no Facebook, vale curtir: https://www.facebook.com/InctEcce)